segunda-feira, 15 de agosto de 2016
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Em cada pétala...
Em cada pétala
um grito
Em cada espinho
um punho
Em cada botão
uma Rosa
Em cada jardim
uma história
Em cada luta
uma primavera
Carpe
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Sarau do Violeta
“Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto”
Violeta Parra
Muito recentemente a questão de gênero vem tomando frente na história, não porque antes a luta de mulheres não fosse fato histórico, mas somente agora a história deixou de nos virar as costas, a pegamos com os punhos e a tomamos de assalto. É visível o crescimento das lutas em torno do tema “gênero” e com isso a resposta do patriarcado-machismo-capitalismo também é dura e imediata: estupros, violência, agressões, constrangimentos são algumas das respostas ao nosso avanço na história. A crise também intensifica essa violência, que vindo contra a classe social mais precarizada afeta em dobro aqueles que são os seres mais discriminados e sujeitados dessa camada, mulheres e negrxs, sendo as mulheres negras aquelas que mais sofrem nesse contexto.
Diante desse momento pelo qual passamos, manter e tentar caminhar em um coletivo de gênero não tem sido uma tarefa fácil, sobrecarregadas com a militância mais as tantas jornadas de trabalho que nos cercam se torna cada vez tarefa mais árdua sentar para refletir e pensar sobre a condição social a qual estamos sujeitadas, porém é também gratificante pensar os trajetos, as lutas, os caminhos que construímos e a consciência de nossa exploração como mulheres trabalhadoras, saber onde pisamos para não cairmos, e se cair, que consigamos nos levantar e continuar.
Esse ano o Coletivo de Gênero Violeta Parra completa 5 anos, anos de luta e de história, foram Elizabeths, Violetas, Rosas. Lutadoras presentes hoje e sempre! Construindo o caminho do luto à luta.
Nomeamos nosso coletivo por: Violeta Parra, que cantou a voz dos oprimidos e explorados de toda uma América Latina em um período em que a esperança estava escassa, ela gritou com sua arte seu povo, com sua música os oprimidos, com sua voz os camponeses. Violeta foi uma mulher que levou seus princípios até o ultimo segundo de sua vida, não recuou, não se deixou podar.
A proposta dessa atividade é trazer a importância dos coletivos e discussões em torno da questão de gênero e falar um pouco sobre o Coletivo de Gênero Violeta Parra e o porquê de nossa existência. Será um Sarau com poesia, música, comes, conversas. Convidamos a todas e todos. Músicas, poetisas e intervenções diversas serão bem vindas.
Dia 25 de Junho de 2016 às 18h00min
Espaço Cultural Mané Garrincha
Rua Silveira Martins 131 Sala 11 Saída Poupatempo, São Paulo
Espaço Cultural Mané Garrincha
Rua Silveira Martins 131 Sala 11 Saída Poupatempo, São Paulo
Haverá comes e bebes.
segunda-feira, 13 de junho de 2016
II Encontro aberto de formação de gênero: Gênero, Classe e Raça
"Eu não estou mais aceitando as coisas que não posso mudar. Eu estou mudando as coisas que não posso aceitar"
Angela Davis
O Coletivo Violeta Parra convida todas as companheiras para nossa segunda formação aberta do ano. Em nossa primeira formação discutimos sobre gênero e classe. Agora, com a ajuda do livro de Heleieth Saffioti, "O poder do macho", pensaremos na junção das questões de classe, gênero e raça. Isso porque a desigualdade existente entre patrões e patroas e trabalhadorxs, homens e mulheres e entre brancxs e negrxs só potencializam-se quando se manifestam concomitantemente, sendo as mulheres negras e trabalhadoras as pessoas comprovadamente mais desfavorecidas no sistema social atual. Assim, é preciso compreendermos como se dão tais explorações e opressões, pensando em como construir nossa estratégia de luta.
Saffioti escreveu este livro com a intenção de conversar com pessoas que jamais leram sobre a desigualdade dos sexos, feminismo ou afins. Sendo assim, é uma excelente oportunidade de começar a entender melhor a questão. Contamos com a presença de todas! Juntas somos mais fortes para lutar..."Por todas elas"!
Texto O poder do macho - http://ujcsp.net/wp-content/uploads/2015/09/hs-O-poder-do-macho.pdf
Será no Espaço Cultural Mané Garrincha
Rua Silveira Martins, 131, sala 11 (Saída pelo Poupatempo)
Dia 19 de junho de 2016 (Domingo) - às 15h
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Mulher e trabalho
No mês de maio, quando o dia do trabalho recoloca as
problemáticas atuais existentes no trabalho humano, submetido à lógica
capitalista de exploração e baseado na acumulação de capital, reforçaremos que
“a classe trabalhadora tem dois sexos” (Souza Lobo), trazendo questões de
gênero que interferem nas condições de trabalho das mulheres. Isso porque não é
raro ouvirmos pessoas dizerem que as mulheres já alcançaram “direitos iguais”,
os quais tanto reivindicavam. Será mesmo?
Se concebermos o trabalho como intrínseco ao ser humano -
pois somente os humanos planejarão e escolherão entre as diversas
possibilidades de realizar uma determinada ação transformadora na natureza (O
que Lukacs chamará de previa-ideação) - concordaremos com a ideia de que foi um
grande avanço para as mulheres, enquanto seres que se constroem através do
trabalho, saírem da restrição do ambiente privado e restrito de seus lares para
a vida pública. Entretanto, em uma sociedade capitalista, este processo vem
acompanhado por uma alienação que não emancipa, mas que, pelo contrário, faz
com que as mulheres engrossem ainda mais as fileiras dos humanos explorados,
que sofrem com a alienação do produto de seus trabalhos.
Fora isso, a igualdade entre os sexos nos direitos burgueses
trabalhistas não é o que percebemos ao analisar de perto o mundo real do
trabalho, onde mulheres e profissões relacionadas às tarefas historicamente
consideradas femininas são desvalorizadas e postos precarizados de trabalho são
ocupados majoritariamente por trabalhadoras. Nesses aspectos, a classe
dominante sabe se aproveitar muito bem das heranças históricas do patriarcado.
Assim, muitas mulheres aceitam trabalhos informais devido à carga horária
reduzida ou mais flexível, visando obterem tempo para manter seus trabalhos
para além de seu trabalho assalariado, como os trabalhos domésticos e o cuidado
com os filhos.
Sim, esses trabalhos continuam sendo considerados de
responsabilidade das mulheres da família, sendo esta a maior prova da
desigualdade ainda existente na divisão social do trabalho, que estabelece
também uma divisão sexual do trabalho. Algumas pessoas provavelmente poderiam
citar inúmeros exemplos de homens que fazem trabalhos domésticos, com o intuito
de deslegitimar nosso argumento. Porém, essas ações dos homens ainda se
caracterizam como uma “ajuda”, bondade e disposição dele, sendo a mulher a
única responsável. Ela que será cobrada por isso, pelo bom andamento do lar e
pelo desempenho de seus filhos, na maior parte do tempo e dos trabalhos que
realiza.
Com isso, nós, mulheres, somos submetidas a uma dupla, às
vezes tripla (quando se tem filhos ou dois empregos), jornada de trabalho, o
que consequentemente reflete em nosso desempenho no mercado de trabalho
assalariado. Somos, em geral, as mais exploradas, as mais precarizadas, e ainda
temos nosso tempo livre, no qual poderíamos nos formar ou cuidar de nós, sempre
reduzido ou anulado devido as tais duplicações ou triplicações de nossas
jornadas de trabalho. Em uma pesquisa se observou que, somando as atividades
remuneradas e não remuneradas de um grupo de mulheres da Bahia, estas mulheres
trabalhavam, em média, 95 horas por semana (Figueiredo, 1980). Mulheres
paulistanas chegam a gastar de 7 a 9 horas em trabalhos domésticos (Machado
Neto e Brito, 1982). Se considerarmos os salários, o cenário é ainda mais
catastrófico: mulheres negras chegam a ganhar 70% menos que homens brancos!
(IBGE, 2009).
Como se não bastasse, de acordo com a OIT (ILO, 2010), 1 em
cada 4 mulheres sofre ou sofrerá assédio sexual no trabalho. Os danos à saúde
das trabalhadoras que sofrem assédio sexual são devastadores, manifestando “sintomas
psicológicos como sentirem-se frágeis, culpadas, sofrem insônia, tensão, raiva
e depressão, assim como sintomas biológicos como dores de cabeça, dores
musculares, ânsia de vômito, pressão alta, mudança no peso e fadiga” (Ibid.).
Além disso, o assédio sexual pode ocasionar a perda do emprego, já que na maior
parte das vezes as mulheres se vêm forçadas a se demitirem. Nossas denúncias,
quando feitas, são geralmente tachadas de frescura, de hipersensibilidade, ou
ainda podem ser entendidas como fofoca e perversidade para prejudicar o colega
de trabalho - agressor.
Ou seja, será mesmo que direitos iguais no papel geram
atitudes diferenciadas? Elas ocorrem com a mesma facilidade com que o burocrata
carimba e oficializa tais direitos? Já viu-se que não.
Nesse contexto, torna-se importante conversarmos sobre essas
questões, desnaturalizando o machismo. É fundamental que uma trabalhadora se
reconheça em outra no dia-a-dia do trabalho, e que juntas possamos exigir que
alguns direitos básicos já conquistados sejam garantidos em nosso ambiente de
trabalho. Assim, assédio (moral e sexual) é crime, não é culpa da mulher.
Salários mais baixos para mulher também. Julgamentos morais que prejudique-nos
profissionalmente também!
Uma companheira de nosso coletivo sofreu recentemente
assédio no trabalho e não se calou, assim como também se solidarizou com as
demais mulheres assediadas pelo mesmo macho. Algumas pessoas tentaram
convence-la que ela tinha culpa, que ela tinha permitido, que seu jeito era
muito “dado”, o que chegou a afeta-la psicologicamente. Mas ao acontecer com
diversas outras mulheres, todos perceberam que o problema não era bem esse,
como a companheira já alertava. Com o desenrolar dos fatos, o assediador foi
demitido, não sem antes a companheira ter sofrido consequências drásticas no
andamento de seus trabalhos. Ela também não conseguiu dar sequência a campanha
contra assédio, acordada com a chefia, porque “o problema era apenas aquele
rapaz”. Mas os dados, e as trabalhadoras do local, demonstram que não.
É por essas e outras seguimos lutando. Unidas, somos mais fortes, fortalecendo, inclusive, o grupo de trabalhadores ao qual estamos integradas, para que num futuro, não tão distante, consigamos acabar com toda exploração e opressão a que estamos submetidas!
quarta-feira, 6 de abril de 2016
V Encontro aberto de formação de gênero: Gênero e Classe
“É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.”
(Simone de Beauvoir)
Dando sequência a nossos encontros, e iniciando 2016, convidamos as companheiras para a nossa primeira formação aberta do ano com o tema “Gênero e Classe”. Esse tema é fundamental para uma compreensão da emancipação de gênero atrelada à luta de classes. A revolução não se concretizará sem que as pautas das mulheres sejam postas, da mesma forma, tampouco as mulheres avançarão sem que seja pensada a luta da classe trabalhadora. A história [burguesa] nos virou as costas e hoje, na atualidade, nos apropriamos dela com punhos, dentes e sangue. Não recuaremos! Avançaremos como gênero e classe que nega sua opressão e nos empoderaremos da história e da luta!
Esperamos as companheiras que puderem comparecer e somar a nós nessa empreitada. Através do debate nos fortalecemos para a luta cotidiana.
Esperamos as companheiras que puderem comparecer e somar a nós nessa empreitada. Através do debate nos fortalecemos para a luta cotidiana.
CISNE, Mirla. Introdução e Classe, tuta de classes e formação da consciência no capitalismo. In: Feminismo e consciência de classe no Brasil. São Paulo: Cortez, 2014.
http://www.mediafire.com/view/4wyhod8ntbtgp6p/Cap_1_-_livro_Mirla.pdf
Leituras complementares:
Um estudo histórico das relações de gênero e classe - Vanessa Cristina S. Matos
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:http://www.uniesp.edu.br/revista/revista7/pdf/6_um_estudo_historico.pdf&gws_rd=cr&ei=vPUEV_3mN8eYwQTS0ayIBA
Feminismo e luta de classe: história, movimento e desafios teórico-políticos do feminismo na contemporaneidade - Telma Gurgel
http://www.fazendogenero.ufsc.br/9/resources/anais/1277667680_ARQUIVO_Feminismoelutadeclasse.pdf
Será no Espaço Cultural Mané Garrincha
Rua Silveira Martins, 131, sala 11 (Saída pelo Poupatempo)
Dia 09 de abril de 2016 (Sábado)
Às 15h
domingo, 6 de dezembro de 2015
IV Encontro aberto de formação de gênero: Mulheres na Comuna
“De repente, vi minha
mãe perto de mim e eu senti uma terrível ansiedade, inquieta, tinha chegado, e
todas as mulheres estavam lá. Interpondo-se entre nós e os militares, as
mulheres lançaram-se sobre os canhões e metralhadoras, os soldados permaneceram
imóveis. A revolução estava feita”.
Louise Michel
Em 1871, a Comuna de Paris, primeira revolução
proletária da história moderna, não seria possível sem a presença das mulheres.
Elas, que eram trabalhadoras, mulheres de bairros pobres, professoras, prostitutas
etc. Elas, que deram seu sangue no cuidado dos feridos, seu suor na construção
das barricadas e suas vidas nas frentes de batalha. Elas que lutavam não apenas
contra a burguesia, mas também pela igualdade entre homens e mulheres. Elas,
marxistas, anarquistas e internacionalistas. Elas: Elizabeth Dmitrieff, André
Léo, Beatriz Excoffon, Sophie Poirier, Anna Jaclard, Marie-Catherine Rigissart,
Nathalie Lemel, Aline Jacquier, Marcelle Tinayre, Otavine Tardif, Blanche
Lefebvre, e muitas outras. Elas que, no pós guerra, eram mais de 1000
revolucionárias a serem julgadas. Nossas irmãzinhas. São “Elas” o tema de nossa
próxima reunião de formação, a quarta e última desse ano, cuja temática fora “Historia
dos feminismos e organizações de mulheres”
Mulheres, e aquelxs que
compartilham da opressão ao gênero feminino, compareçam! Vamos entender nosso
histórico de luta e nos empoderar!
Coletivo de Gênero
Violeta Parra
12 de dezembro de 2015
(Sábado) – 15h
R. Silveira Martins,
131, ap. 11 (Espaço Cultural Mané Garrincha)
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