quarta-feira, 12 de março de 2014

Dia 8 de março - Dia Internacional de Luta!





CONTRA O TURISMO SEXUAL E A PROSTITUIÇÃO INFANTIL PROMOVIDOS PELA COPA 2014!

A prostituição deforma todas as noções que nos levam a considerar o ato sexual como um dos fatores essenciais da vida humana, como o acorde final de múltiplas sensações físicas [...].
(Alexandra Kollontai “A Nova Mulher e a Moral Sexual”)

Se a outra não tem paraíso
Não dá muita importância, não
Pois já forjou o seu sorriso
E fez do mesmo profissão
A vida é sempre aquela dança
Aonde não se escolhe o par
Por isso às vezes ela cansa
E senta um pouco pra chorar
Que dia! Puxa, que vida danada
Tem tanta calçada pra se caminhar
(Trecho da música “Umas e outras” de Chico Buarque)


            Nossa sociedade é baseada na exploração do corpo da mulher e não faltam exemplos dessa exploração: a criminalização do aborto, a culpabilização da mulher em caso de estupro e por fim a prostituição, que não é uma profissão igual a qualquer outra, na qual um funcionário vende sua força de trabalho, pois além de venderem sua força de trabalho vendem a si mesmas. Essas mulheres[1], com o avanço do capitalismo, suportam todo o peso do machismo e por vezes da exploração de outros que, sendo também trabalhadores, buscam nessas mulheres ou uma forma de extravasar ou uma forma de também explorar outrem, ou seja, o desejo de muitos trabalhadores que, sem consciência politica, também querem ser o opressor em alguma instância. Um dos maiores focos de prostituição é no Mato Grosso do Sul, não somente da prostituição de mulheres, mas também de prostituição infantil.Diretamente relacionado a essa informação está o fato de esse estado ser um dos lugares onde ocorre a maior exploração de caminhoneiros, que ficam dias sem qualquer contato humano, sem dormir, vivendo em condições precárias. Estes, sentindo todo o peso da exploração, exploram sexualmente a outro. Cabe a prostituta esse papel, estando ela abaixo do trabalhador que vende sua mão de obra, uma vez que ela se vende por inteiro.
            No mundo todo fala-se no turismo sexual que será promovido pela Copa no Brasil. Legitima-se a exploração sexual dessas mulheres, bem como dessas criança, mesmo que de forma indireta. Antes mesmo da vinda da Copa para o país já ocorre exploração sexual de meninas que, por vezes, se vendem por menos de R$ 20,00. É muito comum encontrar em rodovias próximas às cidades meninas se prostituindo, bem como em estados em que a miséria é mais gritante, como, por exemplo, nos estados do nordeste.
            Em suma, por mais que o Estado diga que impedirá o turismo sexual no Brasil, sabemos que o mesmo sempre o legitimou, mesmo nos casos de prostituição infantil. Sabe-se, pelo caráter da segurança pública brasileira, que criminalizarão as meninas, uma vez que nosso Estado cria condições para que exista a prostituição e, por outro, lado criminaliza as prostitutas ao deparar-se com as consequências que, ao serem escancaradas, o mesmo tenta “tampar o sol com a peneira”, sob o véu de que se preocupa com os direitos humanos dessas meninas/mulheres.
            Sabendo dessa situação no Brasil, é importante que os coletivos que discutem a questão de gênero lutem contra a Copa da burguesia, que não trará nenhum ganho à população brasileira. Antes mesmo do início da Copa já há mais de oito operários mortos e já aumentou o tráfico de mulheres no nordeste.  Nesse mês de março, de resistência da luta de mulheres, é uma vergonha coletivos que se dizem feministas defendendo a realização dos jogos da copa no Brasil[2] juntamente com seus interesses machistas e pró-burguesia. O mercado esta usando e abusando da figura das mulheres para atrair estrangeiros, vemos isso nos outdoors, em camisetas com o tema da Copa, no tráfico das mulheres, no avanço da prostituição infantil. Queremos o direito ao nosso corpo e não a mercantilização dele.

CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DO CORPO DA MULHER!
COM TURISMO SEXUAL NÃO VAI HAVER COPA!
Coletivo de Gênero Violeta Parra



[1]    Em todo o texto quando nos referirmos a mulheres estamos nos referindo as mulheres transsexuais  também.
[2] Estamos aqui nos referindo diretamente as palavras de ordem puxadas no ato (des)”unificado” do dia Internacional da Mulher, que ocorreu no dia 08 de março de 2014, na Paulista (SP), onde algumas sindicalistas e reformistas puxaram “não há contradição, queremos copa, saúde e educação!”, enquanto vários coletivos enfatizavam os problemas causados pelo mega evento.




Para mais informações:


Filme "Copa 2014: o que as mulheres tem a ver com isso?": http://www.youtube.com/watch?v=dpx16yppCEc



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